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11-08-2020

Bruno Barros

Efeitos do estresse em nosso corpo

Mulher correndo contra o vento e olhando na direção da tela.
mulher com a mão na cabeça demonstrando cansaço

O estresse é apenas uma situação biológica natural. Ao você identificar que se encontra em algum desafio, processos químicos e hormonais são acionados pelo seu corpo.

Vários sentimentos acionam seu sistema autonômico simpático, conhecido como sistema de lutar ou correr. Pode ser um medo, raiva, excitação, raiva etc.

O problema é que hoje, mesmo um engarrafamento pode colocar alguém com raiva, ansiedade e medo de atrasar para uma reunião de trabalho. Assim, dezenas de eventos cotidianos acionam este mecanismo.

Em teoria seu corpo deveria relaxar após estas reações. Porém, pode ser que quantidade de eventos é muito de grande e/ou a mente fica pensando sobre eles o dia inteiro.

Assim, ao ficarmos constantemente acionando um processo que deveria ser utilizado apenas em situações específicas, nosso organismo começa a entrar em colapso.

É este estado intenso que relacionamos a palavra estresse. E neste caso, os efeitos negativos em seu corpo serão diversos. É sobre ele que iremos falar neste artigo.

O que é o estresse?

A definição do que é estresse leva a um conjunto de palavras complicadas, se procuramos o dicionário:

Estado gerado pela percepção de estímulos que provocam excitação emocional e, ao perturbarem a homeostasia, levam o organismo a disparar um processo de adaptação caracterizado pelo aumento da secreção de adrenalina, com várias consequências sistêmicas.

Mesmo em definições mais simples, não vamos encontrar nada de negativo. Assim que você se encontra em perigo, seu corpo se prepara.

Diversos hormônios são liberados e de forma instantânea você está pronto para lutar. Sua força aumenta, sua visão e audição melhoram. Viramos uma versão muito mais resistente de nós mesmos em um piscar de olhos.

Um dos hormônios é o que conhecemos como adrenalina, mas que é um neurotransmissor chamado epinefrina. Seus efeitos são:

  • Aumento do batimento cardíaco.
  • Aumento da velocidade da sua respiração.
  • Contração das veias que levam sangue aos músculos, para aumentar sua força e explosão.
  • Produção de insulina, pois o consumo de energia aumenta bastante.
  • Estimulo da transpiração, pois em teoria você está prestes fazer um exercício intenso.

E vale lembrar que a adrenalina é apenas um dos sinalizadores. O hormônio do estresse mais conhecido é o cortisol, que funciona e se mantém no corpo por mais tempo.

Assim, fica claro que apenas um evento de estresse só mostra que o corpo está preparado para lidar com adversidades. Isso é positivo.

Porém, seu corpo não tem condições de funcionar assim o tempo inteiro. Não só o gasto de energia, mas o efeito negativo em cada sistema. É aí que outros sintomas começam a surgir.

Quais são seus sintomas

Ao começar a se manter neste estado mais do que deveria, seu corpo vai começar a dar sinais de estresse que indicam a necessidade de dar uma pausa. Muitos deles, podendo não serem percebidos por muito tempo.

Alguns deles são:

  • Prisão de ventre ou diarreias.
  • Problemas de memória.
  • Doenças recorrentes.
  • Alta quantidade de espinhas.
  • Piora na qualidade do sono ou mesmo insônia.
  • Pressão alta.
  • Dores de cabeça.
  • Ganho de peso sem alteração na dieta.
  • Indisposição.
  • Sistema imune ineficiente.

O grande problema é que os sintomas do estresse se combinam e se potencializam. Quase como se a soma fosse ainda maior que o todo.

E por afetarem todos os aspectos da vida, outros problemas entram na conta e forma uma bola de neve. Por exemplo, o estresse faz você comer mal.

Se uma má alimentação já é um hábito, os dois fatores se combinam. Assim, um corpo estressado irá aumentar qualquer problema já existente e os sintomas podem ser difíceis de apontarem para uma origem específica.

Sistema endócrino e nervoso

Seu sistema nervoso central é responsável pelo sistema autônomo simpático. O que é chamado de sistema de lutar ou correr, de forma mais popular.

Na base do seu cérebro existe uma região chamada de hipotálamo. E esta região que dá o sinal de que é hora de liberar adrenalina e cortisol.

Ao fim da situação que iniciou o estresse outro processo deveria entrar no jogo. O hipotálamo deveria acionar o sistema autônomo parassimpático, chamado de sistema da digestão.

Só que seja porque você se percebe em estresse constante ou por algum curto circuito do sistema, esse início e fim para de funcionar como deveria.

Sistema respiratório

imagem do pulmão

Sua fonte principal de energia é o oxigênio, certo? Não poderíamos passar mais de alguns minutos sem respirar, sem entrar em total colapso.

Assim, nada mais natural que em uma situação de perigo você comece a respirar muito mais rápido e de forma muito mais intensa.

E para dar conta de distribuir a capacidade extra, suas veias precisam se comprimir. Assim, a velocidade do sangue aumenta e a pressão também. É aí que seus músculos ficam preparados para entrar em ação.

Acredito que você já adivinhou. Fica trabalhando com uma pressão alta e alto batimento cardíaco, vai afetar a saúde do seu coração.

Ficando neste estado por muito tempo, a chance de um infarto ou derrame acontecer aumenta bastante.

Sistema digestivo

O cortisol faz com que seu corpo produza energia extra, liberando-a na corrente sanguínea por meio da glicose.

Um estresse crônico vai fazer com que seu corpo não tenha condições de lidar com esta carga a mais. É aqui que a chance de se desenvolver uma diabetes tipo 2 aumenta.

E em uma situação de vida ou morte, digestão não é a maior das prioridades, certo? Assim, você pode experimentar náusea, diarreia, prisão de ventre ou mesmo dores no estomago.

Este funcionamento desregulado pode gerar crises de azia e queimação constantes. A longo prazo, uma propensão a ter uma úlcera ou crises de gastrite podem ocorrer.

Um sistema digestivo em colapso aumenta a probabilidade de piora nos hábitos alimentares. Mais um fator que vai dificultar o quadro.

Sistema sexual e reprodutivo

casal deitando em uma cama se olhando

Se a digestão não é uma prioridade enquanto estamos em crise de estresse, o que você acha que acontece com seu sistema reprodutivo?

Assim, não é comum para homens e mulheres perderem a libido e terem total desinteresse no desejo sexual. O que aumenta a frustação.

Nos homens, um evento único de estresse aumenta a testosterona. O que pode parecer contraintuitivo com o menor desejo sexual.

Porém, o estresse constante também diminuiu a produção do hormônio masculino, o que explica o cenário.

Assim, a produção de espermatozoides é afetada e casos de disfunção erétil podem ser comuns. Como o sistema imune é afetado, a longo prazo a infecções na próstata ou testículos podem surgir.

Os sintomas também são também percebidos nas mulheres, como a falta de desejo e uma alteração na produção de hormônios.

Além disso, o ciclo menstrual também pode ser alterado. Ele pode ser mais irregular, intenso, doloroso ou simplesmente ser interrompido por longos períodos.

Por último, um estresse crônico também pode causar problemas na menopausa e andropausa.

Sistema muscular

Os músculos precisam contrair não só para aumentar a força, mas também para prevenir o corpo de possíveis lesões.

Porém, se o estresse durar por muito tempo, seus músculos não terão a chance de relaxar. O resultado é um corpo tenso e com mobilidade reduzida.

Isto vai desencadear dores por todo seu corpo. O que muitas vezes vira um motivo para o consumo de analgésicos e/ou afastamento dos exercícios físicos.

Mais problemas causados por estresse que podem ocasionar hábitos bastante prejudiciais.

Sistema Imune

Toda vez que seu corpo entra em uma situação de estresse, ele vai precisar de retornar ao estado normal e de reparo.

Seu consumo energético também vai estar alto e desregulado. Assim, a capacidade de aplicar recursos onde é necessário, vai ficar cada vez mais prejudicada.

Assim, com o tempo, processos normais vão parar de funcionar, o que pode fazer com que as inflamações aumentem. Por isso uma pessoa estressada vai sofrer com espinhas.

mulher olhando espinha no espelho e em posição de espremer

E com um sistema mais fraco, não só ficaremos mais expostos a qualquer tipo de doença ocasionadas por vírus e bactérias.

Também teremos uma capacidade menor de lidar com estas doenças. Além de uma maior propensão a gerar doenças ocasionadas pelo mal funcionamento do corpo.

Em resumo

Os efeitos negativos de uma vida estressante são enormes. Cada sistema de seu organismo acaba sendo prejudicado.

Os problemas se misturam e se intensificam, ocasionando problemas comportamentais que podem colocar sua saúde em alerta vermelho.

E por isso que um dos piores problemas do século XI é o estresse. E um problema tão perigoso, não deve ser apenas tratado.

Precisamos repensar nossas vidas para que ele nunca precise de tratamento. Evitar é melhor que remediar.

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Referências externas¹

Livros mencionados²

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